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Entrevista com Gabriela Forlin - Formanda em Jornalismo

Page history last edited by gabriela.forlin@gmail.com 14 years ago

Por Celso Salles

Publicitário

Entrevista feita via MSN

em 19 de Março de 2010

 

Para mim está sendo uma grande honra entrevistar a Formanda em Jornalismo, Srta. Gabriela Forlin, nascida em 03 de junho de 1988 e que ainda se encontra em território Angolano, já se Visita aos campos minados de Kunhinga (Bié) com a ONG inglesa Halo Trustpreparando para o seu retorno ao Brasil, amanhã, dia 20 de março de 2010. Acadêmica do último semestre do curso de Comunicação Social - Jornalismo na Universidade do Vale do Itajaí e monitora do Laboratório de Imagens da TV Univali. Dá aulas de inglês e espanhol e possui três Intercâmbios Internacionais realizados: 1- Estudos de Inglês e japonês em Auckland, Nova Zelândia, durante 1 ano (2004-2005) 2 - Estudos de espanhol em Buenos Aires, Argentina, durante 1 mês (2006) 3 - Extensão universitária em Jornalismo e estudos de espanhol e italiano em Sevilha, Espanha, durante 1 ano (2007-2008). Saiba mais...

Gabriela esteve em Angola executando o seu trabalho de Conclusão de Curso (TCC) orientado pelo Professor MSc. Robson Souza. Trata-se de um livro-reportagem fotográfico (fotodocumentário) sobre os angolanos mutilados nos campos minados, sua inclusão na sociedade e também a exclusão social.

 

ENTREVISTA:

 

1) O que mais lhe marcou nesta sua viagem a Angola?

Gabriela A. Forlin diz:

Com certeza as diferenças culturais e governamentais. Já tinha visitado locais mais exóticos, como Ilhas Fiji e Marrocos, mas aqui foi tudo muito surpreendente. Principalmente a situaçao precária de 90% da população...

2) Qual foto mais lhe emociou no trabalho que você realizou. Como foi fazê-la?

Gabriela A. Forlin diz:

Essa é difícil, foram tantas imagens marcantes. Vim pra cá por causa de um tema muito delicado e acabei sendo levada a outros temas ainda mais delicados... As primeiras que me vêm a cabeça são: uma de uma família que mora cerca de 50cm da área minada e outra de um bebê dormindo desmaiado nas costas da mãe enquando ela trabalhava em pleno sol de Luanda.

3) Você pode se relacionar com o Angolano em Luanda e no Bié. Onde você se sentiu mais em casa?

Gabriela A. Forlin diz:

Vixe, essa pergunta pode me comprometer, heim! (risos) Em Luanda me senti muito em casa por estar hospedada na casa de brasileiros, mas o contato que tive com angolanos foi mais "profissional", só entrevistando, tirando fotos... Já no Bié não convivi com nenhum brasileiro, mas senti como se estivesse na minha própria casa. O povo de lá é muitíssimo educado, receptivo e atencioso.

Posso dizer que os angolanos das províncias são mais humildes e respeitadores que os da capital.

4) Na sua visão, quais são as principais necessidades do Bié na atualidade?

Gabriela A. Forlin diz:

Seria clichê se eu dissesse que eles precisam de tudo, mas é a mais pura realidade. Notei que o povo do Bié é muito aguerrido, batalhador, mas pouco incentivado pelo governo e pelas empresas. Tive a oportunidade de visitar o hospital e fiquei chocada, principalmente com a ala pediátrica. Faltam remédios, médicos, higiene, materiais... Em uma semana presenciei a morte de duas pessoas da mesma  família. A saúde é muito precária, por causa da alimentação e higiene precárias.

Acho que resumindo em grandes grupos as principais necessidades são: melhorias na saúde (principalmente higiene e saneamento básico), melhorias na infra-estrutura (não há água corrente, nem iluminaçao na cidade), melhorias na geração de renda e na educação que também é deficiente.

5) Qual tem sido a importância das ONGs do Bié? Elas estão conseguindo minimizar os problemas? Como ajudá-las?

Gabriela A. Forlin diz:

As ONGs e Associações do Bié têm sido de extrema importância para o desenvolvimento das comunidades mais carentes, mas os recursos de todas são ainda muito limitados. Algumas até se desmotivam com os projetos por não conseguirem materiais, voluntários ou mesmo dinheiro para implantar melhorias. O melhor a fazer é conseguir juntar recursos financeiros e voluntários, bem como divulgar o trabalho

o que eles fazem. O principal problema deles é a invisibilidade no panorama nacional e mundial.

6) Com sua ida em Bié, você acredita que com o que pôde ensinar, mesmo com a internet na casa da Ernestina, vamos conseguir manter mais contato com eles pela Internet e divulgar mais e melhor as necessidades deles?

Gabriela A. Forlin diz:

Com certeza! Fizemos um workshop com alguns representantes de ONGs e Associações explicando a importância de mantermos contato e de mantermos os dados atualizados. A Ernestina com certeza vai fazer essa ponte entre nós e as outras Instituições, enquanto eles não têm condições de entrarem em contato diretamente conosco. Além disso, apresentamos um projeto de capacitação em informática para os líderes e integrantes das Organizações, mas que só poderá ser implantado com a captação de certos recursos. Para a captação desses recursos, eles têm que manter atualizações do que fazem e passar as informações para nós.

Ou seja, indiretamente ficaram muito mais motivados a manter mais contato conosco.

7) Essa vai ser para o final da Entrevista. Mas como pode cair a conexão aí (risos) já me responde:  A quem você gostaria de deixar gravado os seus agradecimentos e em que lhe ajudaram aí em Angola?

Gabriela A. Forlin diz:

Para começar, meu muito obrigada ao diretor executivo da Liga de Apoio ao Desenvolvimento Social (LADS), o angolano José Domingos e ao brasileiro co-fundador do Plano Bié Desenvolvimento, Celso Salles. Ambos fizeram possível minha ida a Angola através da carta-convite para retirada do visto e me proporcionaram contatos fundamentais no país. José ainda me auxiliou em Luanda na visita de várias comunidades.

Pela hospitalidade, agradeço a família Araújo, em especial a Eliane, que me receberam com todo carinho, abriram as portas de sua casa e me proporcionaram uma estada maravilhosa na cidade. Nunca poderei agradecer tudo o que fizeram por mim enquanto estive em Angola. Obrigada também ao Sr. Ivan Gradin pela atenção, preocupação e apoio na chegada em Luanda; quando conheço pessoas assim é que me dou

conta da sorte que tenho.

Um enorme obrigada aos senhores André dos Santos e Pedro Abreu, da AMMIGA (Associação Angolana dos Deficientes Ex-Militares), pela atenção e colaboração na produção das entrevistas e fotografias em Luanda. Já no Kuito agradeço agradeço a todo staff do Centro Ortopédico, em especial Sr. Agostinho Calungo e ao Diretor Provincial de Saúde que me autorizou a entrada no Centro e a execução de fotos e entrevistas.

Agradeço ainda Christian Richmond, Rory Forbes e Marie Demulier, da Halo Trust, que gentilmente me ofereceram a oportunidade de conhecer o trabalho da ONG. E um obrigada especial a Michael Nevard, que me recebeu no Headquarter da Halo Trust no Kuito e atenciosamente me mostrou o trabalho da instituição nos campos minados de Kunhinga na supervisão de Tito Pessela.  

Pela hospitalidade e atenção agradeço também Ernestina Raposo, fundadora e diretora da ONG angolana ADEMUR (Apoio ao Desenvolvimento da Mulher Rural) que me recebeu no Kuito como se fosse alguém da família. Minha estada no Bié não poderia ter sido melhor e mais produtiva. Palavras nunca serão suficientes para expressar minha gratidão a essa excelente pessoa e àquelas que lhe cercam e que me

trataram como irmã. Meus agradecimentos se estendem também a todos que indiretamente contribuíram para que minha viagem a Angola e a execução do meu trabalho fossem bem sucedidas: obrigada aos jornalistas Rogério Christofoletti, Messias Constantino, Luísa Rogério, Ricardo Soares, Maurício Silva e Gabriel Priolli. Aos brasileiros que bem conhecem Angola: André Stolze, Gilson Moura, Tânia Jandira e Camila Hatz.  Aos angolanos Mário Augusto e Olívia Augusto e, finalmente, a espanhola Ana Catarina Costa. Todos os citados me repassaram dicas e contatos valiosíssimos para que minha viagem fosse produtiva, tranqüila e segura. Por último, porém não menos importante, pelo contrário, agradeço a duas pessoas muito especiais. Obrigada ao meu orientador MSc. Robson de Souza pela dedicação, paciência, assistência e amizade.  Também, toda minha gratidão a minha tia/madrinha/pai/mãe, Cecília Azevedo, que sempre apoiou minhas idéias e projetos, por mais desafiadores e aventureiros que fossem. O incentivo que sempre me deu não tem preço.

8) Em quais programas da TV Brasileira você gostaria de ser entrevistada e o que gostaria de dizer em cada um deles?

Gabriela A. Forlin diz:

HAHA Ótimo!!! Olha, apesar de ser jornalista eu e as câmeras de televisão não nos damos muito bem. Gosto de trabalhar no bastidores, mas por uma boa causa eu com certeza daria a cara a tapa (risos). Em quais programas eu não sei, qualquer um que esteja disposto a abrir as portas para uma aventureira e cidadã do mundo. Pode ser programa de entrevistas, de viagens, para jovens, para adultos...

O público não importa, pois viajar, se aventurar e ajudar o próximo serve para todo mundo!

9) Caso algum veículo de comunicação queira entrar em contato com você, como pode fazer isso?

Gabriela A. Forlin diz:

Pelos meus e-mails é a maneira mais prática (gabriela.forlin@hotmail.com e gabriela.forlin@gmail.com), mas também pode ser pelos telefones +55 (47) 96158657 e +55 (47) 32647362.  Além disso, estou em todas as redes sociais possíveis e imagináveis: Twitter, Orkut, Facebook, LinkedIn, KiGol... Não é nem um pouco difícil me achar no mundo virtual. (www.meadiciona.com/forlin)

10) Com relação às minas terrestres, ainda é muito grande o medo da população local e, como você se sentiu pisando em um solo que qualquer discuido pode ser fatal?

Gabriela A. Forlin diz:

Senti-me muito corajosa e ali provei que daria meu sangue, literalmente, por esse trabalho. Poderia ter me acontecido o que já aconteceu com cerca de 100 mil angolanos. Mas valeu muito a pena, foi uma experiência inesquecível. Quero muito focar futuros projetos em questões de desminagem ao redor do mundo e com certeza ainda visitarei muitos campos minados em outros países.

11) Finalizando, gostaria que deixasse uma mensagem para todos os que estarão lendo esta entrevista.

Gabriela A. Forlin diz:

Espero que todos vocês fiquem motivados de se aventurarem por esse mundão. A Terra é muito grande para ficarmos em nossos mundinhos coloridos, enquanto milhões de pessoas vivem em uma realidade totalmente diferente. Não acho que todo mundo tenha que viver fazendo trabalho voluntário ou procurando causas para abraçar, mas quem quer ajudar sempre encontra portas abertas para conhecer qualquer lugar do mundo. E é assim que se vive, uma mão lava a outra.

Comments (1)

eliane said

at 2:05 pm on Mar 21, 2010

Gabi! a julia ja ta com saudades!!!! rsrsrs o seu trabalho foi lindo! voce esta de parabens menina!
A Africa precisa de todos nos! sao muito, muito carentes, e qualquer ajuda por menor que seja e valida!
Eu desejo que o seu trabalho seja um sucesso e sou Eu que tenho a agradecer, pelas alegrias que a sua companhia nos proporcionou, nao e a toa que voce carrega
a Coragem com voce! bjs querida boa sorte e fica com Deus!

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